explosão do ser

Hoje não quero ser politicamente correcta, não quero pensar no sentido das minhas palavras e nem sequer no que a pessoa que as for ler irá pensar. Quero ser avessa à racionalização, quero sentir, simplesmente sentir. Quero por um momento colocar todas as regras, ditados e intelectualizações de lado e pura e simplesmente abrir o meu coração. Fomos nós próprios que criamos um mundo que por ele próprio não condiz com a espontaneadade tão humana e tão bela que possuimos. Nós, com a nossa meta impossivel de perfeição criamos uma sociedade com uma rigidez de sentimentos que bloqueia qualquer grito de liberdade. Liberdade. Quero ser livre. Quero poder dizer o que penso, quero poder sussurar no ouvido das pessoas todas que amo, quero poder virar as costas ao que torna a minha vida infeliz, quero seguir o meu caminho e moldalo com as minhas próprias mãos, como uma obra prima. Hoje, só hoje, não quero racionalizar. Hoje, só hoje, quero ser feliz.

(Fotografia: www.olhares.com Autor: Helder Mendes)

o inicio do fim

Olhas-me nos olhos. Tocas-me, abraças-me, beijas-me... com o teu olhar. Sinto-me nua de reacção, despida de emoções, desnuda de palavras. Um simples olhar, rápido como a chegada do fim e de um novo começo, fatal como a morte. Um simples olhar, quente como a paixão de se enamorar. O meu caminho toca no teu, os nossos olhares se cruzam, e aqui, num ponto único de um mundo que roda à velocidade da luz, a minha vida muda para sempre.